Ganhei, no ensino médio, um motivo a mais para acreditar na educação do meu país. Ganhei um estímulo para ignorar as caras tortas que me olham quando digo, sorrindo, que quero ser professora. Ganhei uma esperança equilibrista cheia de Graça.
Ave, Maria! O senhor é convosco, e minha gratidão também. Bendita sois vós entre as mulheres, bendito é o fruto do teu trabalho: consciência.
Ave, Maria! Somos todos soldados, e o magistério tem mais poder que mil armas de fogo. E se é de batalhas que se vive a vida, vamos à luta! Amanhã vai ser outro dia.
Ave, Maria! Que tua Graça se espalhe pela maior extensão que conseguir, e que se entrelace com tantas vidas que, como a minha, estão apenas começando. Bendita sois vós entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre: formando. Verás que um filho teu não foge à luta, Maria. Porque o sonho é importante feito oxigênio para os raros de alma jovem. E um sonho que se sonha só, é só um sonho. Mas um sonho que se sonha junto, entra pra história.
Aquele abraço!
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
sem título #1
etiqueta(s):
conto
- O que você quer?
- Quero que me leve pra conhecer cada cantinho do mundo, e que me encoraje a enfrentar cada medo meu. Quero que me lembre do quanto eu sou forte e, que quando eu não lembrar de jeito algum, quero que me proteja das minhas fraquezas. Quero que saiba diferenciar a minha tpm-isolamento da minha tpm-carência. Quero que me ache linda segunda feira de manhã, de cabelo bagunçado e sem maquiagem sobre as olheiras, com nariz inchado de quem espirrou trinta vezes em cinco minutos. Quero que discuta comigo coisas importantes, quero que dê o braço a torcer quando eu estiver certa e que me contrarie carinhosamente quando eu estiver errada. Quero que conte comigo para tudo, e que nunca deixe de ver uma amiga em mim. Quero que tenha por mim o sentimento incondicional que uma mãe dedica a um filho, e que me beije do jeito mais colado possível, como se nós nos transformássemos num corpo só. Quero que seja firme, mas sem jamais deixar de ser terno. Quero cafuné quando não estiver esperando.
Quero que não dê atenção para possíveis mudanças repentinas de humor e que me impeça de começar brigas. Quero que não solte da minha mão, quero que não ameace ir embora, e mais que isso: quero que não queira ir. Quero músicas, quero serenatas, quero cartas, quero ursos de pelúcia gigantes segurando um coração escrito “eu te amo”, quero beijos roubados debaixo da chuva, quero caixas de bombons, quero buquês de flores, quero andar de mãos dadas na rua, quero um porto-seguro para o resto da vida. Quero um romance a moda antiga, digno de filme. Quero um conto de fadas. Você tem um pra mim?
- Não.
- Tá... Serve um beijo, então.
domingo, 18 de setembro de 2011
Curta a temporada
etiqueta(s):
crônica,
querido diário
Gosto de palcos. E desde que comecei a aprender a me portar num palco, sempre houve, no final do período, um único e especial dia de apresentação. E eu dava graças a deus por haver um único dia. Como sabiamente diria Caetano, "tudo é uma grande explosão, mas parece que não quando é o segundo dia". Pensava que a magia vivenciada no dia da estréia jamais seria alcançada em apresentações posteriores. Mas eis que veio o segundo dia, o tal "dia da bruxa", dia em que todo o elenco relaxa, e erros são cometidos. E eis que a bruxa apareceu para todos, menos pra mim, que me diverti como uma criança, e não errei nenhuma nota, nenhuma deixa, nenhum verso, nenhuma marcação. Chegou o terceiro dia e, com o humor pra lá de Marrakesh, não consegui curtir o espetáculo embora tenha feito tudo de acordo com o ensaiado. Mas como cantar faz mais bem pro corpo que qualquer remédio, terapia ou conselho, o humor ficou no ponto certinho pra eu viver o mais intensamente possível cada segundo do quarto e último dia de apresentação, dia que fui mais feliz do que muita gente consegue ser pela vida toda. E depois desse dia não sobrou nenhum sentimento de "eu podia ter feito melhor", porque eu tive quatro chances de fazer diferente, e soube aproveitá-las.
Valorizava essa efemeridade também nos relacionamentos em geral, pois, seguindo a mesma lógica, uma relação não seria capaz de gerar duas vezes o mesmo auge, então é melhor desistir dela logo após seu auge, porque depois disso, teoricamente, só viria dor. Mas, sem querer apelar pra filosofia de banheiro feminino, depois de um mal, pode vir um bem em dobro, em triplo, em quádruplo. E esse bem tantas vezes multiplicado, só o somatório entre tempo e persistência é capaz de produzir.
E é claro que todo espetáculo uma hora ou outra sai de cartaz, e que relacionamentos eventualmente acabam, e que todo fim de coisa boa deixa gosto de saudade. Mas é fato que o tempo de duração é válido se o elenco souber aproveitar todas as deixas para ser feliz.
Se meus conselhos tiverem serventia e você por acaso se deparar com um anúncio de amor em cartaz, vá até a bilheteria, pegue lugar na primeira fila,e não tenha pressa pro espetáculo acabar.
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Ao Teatro
etiqueta(s):
amor,
blorkutando,
carta
Para ler ouvindo: Grão de Amor - Tribalistas
Chorei quando me vi frente a você pela última vez. Chorei de saudade antecipada, chorei pela vontade que vou ter de ter você na minha vida nos próximos meses. Como é que eu vou fazer pra ser melhor a cada dia, sem você pra me mostrar o melhor meio toda semana?
Se não choro de desespero, é graças a você que me ensinou. Hoje eu consigo enxergar que esse afastamento provisório entre nós pode fazer parte de um plano criado e guiado por alguma energia superior que sabe o que é melhor pra mim.
Ainda não me sinto pronta pra caminhar sozinha, e acho que vou correr de volta em sua direção na primeira oportunidade. Mas sou grata pelo tempo que pudemos estar juntos, e pela sua paciência comigo, me apoiando em vários momentos e me deixando solta em tantos outros. Sou grata a você por me orgulhar de mim, porque você me fez criar motivos para me orgulhar, me ensinou a nunca parar de buscar novos motivos.
Eu te amo tanto que me dói a fundo esse afastamento forçado, mas aprendi tanto contigo que estou pronta pra ver se estou pronta pra por um pé no mundo adulto.
E te prometo, meu bem, te juro amor eterno. De joelhos, se preciso. Sem medo nenhum, tamanha é a certeza que tenho de que o meu sentimento é incondicional. E a certeza da recíproca me dá força pra seguir sem você até o dia de poder te ter de novo.
Não sei se sou capaz de amar alguém com a veemência e a constância que te amo, até porque não sei se mais alguém no mundo é merecedor do amor perfeito que eu tenho por você.
Vou ficar longe por um tempo, amor. Mas levo o que aprendi contigo tatuado na minha alma e deixo no ar uma promessa: eu volto.
PS. "Grão de Amor" é a música que o Teatro me mandaria como resposta após ler minha carta, caso fosse gente. Com certeza.
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