sábado, 28 de julho de 2012

O bichinho da descrença

  Deus é brasileiro, diz-se por aí. É um país com tantos encantos, o Brasil, que até João Paulo II disse que o papa é carioca. Pois bem: um belo dia, Jesus Cristo enjoou da pasmaceira celeste. Aqueles corais de anjos e orquestras de liras o irritavam profundamente. Jesus era um ativista, afinal. Na santa paz do céu, não havia nada que precisasse ser consertado. Entediado, resolveu descer à Terra, para ver se ajudava alguém, e assim, dava uma animada nos seus dias. Veio parar no Rio de Janeiro. Falou de suas ideias com um grupo de pessoas que encontrou na rua, distribuindo panfletos. Foi considerado de esquerda, aclamado por uns revolucionários ingênuos que entoavam frases de efeito em coro. De pronto, foi indicado, pelo partido que o acolhera, a candidato à prefeito daquela cidade maravilhosa. O partido acreditava ter encontrado uma galinha dos ovos de ouro, afinal, aquele cara tinha um lábia impressionante.
   Jesus perdeu de lavada nas eleições. Ainda por cima, virou motivo de chacota. Afinal, quem ele pensou que ia enganar com aquela carinha de bom moço? Brasileiro não é bobo, não. Tá pensando o que?

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Ilusión


  Os bibelôs estão quietinhos na estante. Quase todos os papéis dentro de suas gavetas. A bagunça no meu quarto é até pequena, se for parar pra pensar. Na minha cabeça, também. Os pensamentos tem vida própria, mas tem sono. Quem tem insônia sou eu, mas, ainda assim, minhas noites parecem tranquilas. Parece que ta tudo bem. Eu como, trabalho e durmo bem. A vida mostra que pode ser muito, mas eu não tenho conseguido senti-la em cada poro, e, amante da intensidade que sou, não gosto nada disso. Não sei bem porque isso se dá. Não sinto frio, mas sinto falta de calor. Será que você me ouve chamar? Vem cá, precisa de medo, não. Confia em mim. Eu quero que você chegue mais perto. E então, que saiba me arrepiar. Eu quero a sensação de saber de tudo, de poder tudo, me dá? Eu quero o teu corpo colado no meu, e quero a nossa respiração em comunhão, entrando e saindo de nós na mesma levada de qualquer blues. Quero o seu lábio percorrendo o meu pescoço, e o seu cabelo morando em minhas mãos. Quero nunca mais ter pesadelos. Quero nunca mais acordar do nosso sonho. Quero o cheiro bom da tua pele. Quero o teu jeito lindo de olhar pra mim como se eu tivesse qualquer coisa de diferente do resto do mundo. Que você venha com qualquer humor, mas venha. Que venha até com raiva, mas venha. Não me deixa sozinha. Quero o teu peso sobre mim. Não é que eu esteja com frio, mas a vida me parece pouco sem  companhia. Fica comigo, amor. Tranca a porta e faz um pacto de esquecer o mundo, comigo. Um pacto de nunca mais levantar da cama, de nunca mais afastar teu corpo do meu, de nunca mais precisar comer, dormir, trabalhar, nem nada disso. O mundo lá fora é tão ruim... E eu gosto tanto de estar aqui com você! Vamos não precisar de mais nada? Vamos fazer um pacto de só precisar de amor. De só precisar de mim precisando de você e de você precisando de mim. E de se doar ao outro a cada instante. Dorme aqui do meu lado, ta? Vou me embriagar no teu beijo e nunca mais acordar. Canta pra mim. Me ouve cantar. Canta comigo.


sábado, 21 de julho de 2012

Pink

 Levantou e foi até o armário, decidida. Calçou as empoeiradas sapatilhas de ponta. Ficou no alto até sentir cãibra nos pés. Depois, tirou a sapatilha de repente, feliz, por reviver aquela sensação maravilhosa de se despir da camisa de força.


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Playlist atualizada

 Desde antes de ver um vídeo da Mallu Magalhães no Altas Horas, eu já não ia com a cara dela. Achava ela sem sal, as músicas chatas, e o jeito de cantar, então, nem se fala. Mas aí eu assisti o clipe de Velha e louca e fiquei totalmente encantada com cada segundo do vídeo. Sério: dos 1218775 views que o vídeo conta até agora, uns 200 devem ser meus. Achei a mensagem intensa; a música, super bem feita; as palavras, ditas por quem sabe do que ta falando. Só o jeito dela cantar que continuou me irritando... Aí eu resolvi fazer do meu jeito. Quer dizer, nós resolvemos: eu e Ana Clara passamos um dia ótimo fazendo e comendo pastel, fofocando e cantando. Tem coisa melhor?


 E foi assim, sem maquiagem, sem edição e sem pretensão que a gente fez nossa versãozinha caseira de Velha e louca - que, particularmente, me agrada mais do que a original. Mas eu sou suspeita, né? Bom, o fato é que eu tô superando a minha implicância com a Mallu. Bem lentamente, mas tô. Ela fez uma gracinha de música pro Camelo, e, confesso, vem ganhando meu respeito.
 O que tem de querido diário nesse post? Ah, falta menos de um mês pra eu fazer 19. E eu não me sinto nem com 18. E eu não ligo, agora eu sigo o meu nariz. Sabe, essa história toda de rótulos parou de me irritar. Eu simplesmente não preciso de mais nenhum deles (devo estar no estágio da aceitação). Eu realmente to ficando velha e louca. "Em cada canto eu vejo um lado bom".

ps. Ah, amigos! De tempo passado, presente ou futuro: feliz dia!





quarta-feira, 18 de julho de 2012

Caixinha de lembranças


Escrevi esse poema bobinho (e sincero) em 2008.

Pega tuas fotos de criança,
Repara teu olho risonho
Criança não precisa de razões
Isso não quer dizer que não haja sonhos

Só analise bem as fotos
E repare no sorriso
Como você era tão feliz?
Não existiam compromissos

Pode soar como bobagem,
Mas acredite, pois é um fato:
Nada reflete mais você mesmo
Que tua infância num retrato

Algo freqüente nos meus álbuns
É a presença das minhas amigas
Com elas pude entender
O que mais importa na vida

Criança brinca com o que pode
Seja mentira ou verdade
Quanto mais o vento sopra
Maior se faz a liberdade

Há paixões que se definem
Desde a mais tenra idade
Obsessões inexplicáveis,
Pessoas que deixam saudade

O choro de ontem não vale a pena
Ou teria sido registrado
As alegrias de outrora
São retratos bem guardados

domingo, 15 de julho de 2012

Só um desabafo

 Tensãozinha leve logo de manhã. E eu não sei se é pelo que eu fiz ontem ou pelo que eu vou fazer hoje. Reler meus diários antigos, concordar tanto com Freud e ter tempo de sobra pra pensar, nessa greve, são coisas que estão mexendo com a minha cabeça, com o meu corpo, espírito e coração.

Agir sem pensar, agir sem pensar, agir sem pensar... Parece que Zappa grita pra mim, num sussurro, enquanto alguém dança uma dança estranha, à meia luz, dentro da minha cabeça. Porque é que a gente se reprime tanto, é isso que eu quero saber. Qual o problema de fazer o que dá na telha se ninguém sair prejudicado? Nenhum, respondo a mim mesma. Então, pra que se preocupar?

Eu não faço ideia do que eu to fazendo, só sei que às vezes me sinto detentora de um poder grandioso, e isso mexe com o meu ego. É como se eu tivesse descoberto a existência de um lugar cheio de mistério, e meu corpo fosse atraído pra esse lugar. É o lugar do sim aos nãos. É onde nasce tudo que deveria nos libertar, mas se torna tabu com o tempo. E não consigo entender onde está o erro na minha nova (?) forma de raciocinar. Quer dizer, eu ando apenas questionando tudo que tomei como verdade nos últimos tempos (refiro-me à essa encarnação).  

Sinto que o que eu esperei por anos está a espreita. Tenho um certo receio, confesso. Mas, de todo modo, é melhor enlouquecer aos 18 (quase 19!) do que aos 40.

E, de qualquer forma, uma vitória se constrói feliz dentro de mim: é bem vindo qualquer pensamento que me impeça de ficar triste por quem fez questão de sair da minha vida. Cansei de assumir a culpa do que não fiz.

Baco, embriagado, canta. Só pra mim. Enquanto eu, em sua honra, maquiada de uma forma estranha, grito "evoé!" em cima de um palco, alvo de olhares admirados.

"Não faz mal se pra nós a vida não é doce porque nós vivemos como se ela fosse".


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Equilibrando ovos

 O diário começou em sexta-feira 13. Sabe-se lá quantos aniversários da minha mãe caíram em sextas feiras. A presença de um certo alguém importante em algumas sextas 13, também. Show do Christian? Sexta 13. E outras prováveis mil sextas 13 incríveis que foram esquecidas pela minha memória de peixinho dourado. Enfim: hoje, que trago, na televisão, só Woody Allen e no computador, só Bauman, rechaço, passando por debaixo de uma escada com um gato preto à tiracolo, essa bobeira que alguém ousou inventar sobre azar.
 Talvez o teu toque na ônix tenha sido uma alerta. Talvez eu não precise mais andar com um amuleto. Talvez já tenha voltado a ser suficiente saber que existe bem para estar protegida. De qualquer modo, vou correr um risco. Aposento a pedra preta e elejo algum outro pingente. Se alguém tentar puxar, eu posso até deixar fluir, só pra dar um pouquinho de estatística à tanta teoria.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Do contrário

"En somme, si j'ai compris,
Sans amour dans la vie,
Sans ses joies, ses chagrins,
On a vécu pour rien?"


Eu já senti cada coisa tão forte
Já me senti tão perto da morte
Que nem sei como cheguei inteira aqui

Eu já descobri o que é o amor
Já sei que pode ser bom
Pode me fazer sofrer
Pode não ser pra sempre

Eu sempre achei que o amor fosse grande
Mas contigo eu aprendi que não necessariamente

O meu amor por você é pequenininho
O meu amor por você é sussurrado
O meu amor por você não me enlouquece
O meu amor por você te quer por perto  (às vezes)

Um brinde
Aos amores pequenos
Às canções sem rima
E à imprevisibilidade

terça-feira, 10 de julho de 2012

Desejo (ou "A última carta")


   Onde quer que você chegue, não esqueça do caminho que traçou. Quem quer que você se torne, não perca o caráter. O que quer que você coma, que coma sem culpa. Com quem quer que você esteja, que você se deixe fazer feliz como já me deixou te fazer um dia. Onde quer que você esteja, que você admita pro espelho que sabe que eu nunca faria nada na intenção de te machucar, e que o meu amor sempre foi sadio. Que o lugar onde você guarda a tua tristeza seja na consciência de que há mais motivos pra ser feliz. Quantos anos passem, que a lembrança de certas datas te seja sempre doce (como este dez-de-julho é pra mim). Por maior que seja nosso afastamento, que não te impeça de me sentir grata por ter aprendido contigo, entre outras coisas, que uma maçã é só uma maçã, e não uma filosofia de vida.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

sem título #5

O pior e o melhor da vida
É que você é seu próprio problema
E sua própria saída

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Tudo espalhado

   Eu: tenho facilidade de conversar com pessoas desconhecidas. Gosto do novo (às vezes). Sou muito ética e sempre me orgulhei profundamente disso, mas ando observando que já vacilei muito na vida. Já machuquei muita gente. Já machuquei muita gente querida, e isso é grave. É certo que já fui bastante machucada, mas um erro não justifica o outro. Já machuquei, também, gente a quem sou indiferente. Inclusive, acho que foi por ser indiferente a algumas pessoas que as machuquei. E conheço bem essa dor. Não sei se astrologia funciona como eu acredito que funcione, mas, como leonina que sou, poucas coisas na vida me doem tanto quanto alguém ser indiferente à mim. Tenho uma necessidade infantil de ter atenção. Não em tempo integral - o teatro me ensinou que todo mundo tem sua hora de brilhar -, mas com uma certa frequência. O reconhecimento é um dos meus principais motivos (senão o principal) para viver. "Não suporto a ideia de passar em branco", vou dizer domingo. Gosto de ser bem aceita, mas gosto de provocar. Não gosto de me sentir uniformizada.
    Gosto de plateia, acho que deixei bem claro. Mas gosto (mais: preciso!) de gente ao meu lado, também. Acho que o mundo devia se unir muito mais. Não gosto que me aclamem o tempo inteiro. Soa falso. Já corri de situações onde meu ego viveria feliz e inflado porque elas não me desafiavam. Eram situações onde as pessoas me adoravam de tal forma que agiam como se eu não precisasse mudar nada, e eu preciso do que me desafie. Creio que todos precisamos de desafios que nos façam ter vontade de sair da nossa zona de conforto. Até porque, o reconhecimento depois que saímos da nossa zona de conforto tem gosto de fondue de chocolate no inverno de São José dos Campos. Ser reconhecido sempre pela mesma coisa é chato. Me sinto meio "ta bom, gente, já sei que eu sei fazer isso. Que bom que vocês gostam. Agora eu vou tentar saber fazer outra coisa, ok?". Acho que foi por isso que eu titubeei tanto antes de entrar pra aula de canto. E foi por isso que cismei tanto com ballet, naquela época, e hoje em dia, cismo com o teatro e com a escrita. Não queria que me admirassem pelo que soasse óbvio. Queria e quero que reconheçam que eu sei fazer mais. Acho que eu mesma botei na minha cabeça que a única coisa que eu sei fazer é cantar, e talvez por isso eu fique tão mal quando alguma apresentação relacionada à música dá errado. Freud explica...? Deve ser, mais uma vez, essa minha necessidade de ser reconhecida. Não só pelo que "todo mundo sabe que eu sei fazer", por mais idiota, soberba e fútil que essa preocupação soe. Quer dizer, ter como certeza que eu sei cantar... Esse é um ponto que me cheira à falsa modéstia (coisa que eu tenho verdadeiro asco) e a um outro ponto: eu não tenho certeza que eu sei cantar, haha. Nunca tive. Nunca vou ter. Às vezes enjoo muito seriamente da minha voz. Acho insuportavelmente bonitinha. Com tanta voz insuportavelmente bonitinha por aí, acho que eu queria mesmo era ser Bidu Sayão. Ou Cássia Eller. Um desses extremos, um desses ícones. Talvez eu queira ser um ícone. Mas aí, quando eu me sentir - como já me senti - um personagem, não vou mais querer. Porque personagem cabe no papel, gente não. Gente é mais livre porque é mutável. Só que as pessoas prestam mais atenção nos personagens do que nas pessoas. Acho que, talvez por isso, nós nos preocupemos mais em parecermos personagens do que pessoas. Vestimos a máscara da felicidade, a máscara da despreocupação, da normalidade... Eu, particularmente, me sinto pressionada a agir com base no estereótipo da normalidade para que seja reconhecido por quem está ao meu redor que eu sou feliz. Pra ser normal, você deve gostar do que todo mundo gosta, e não gostar do que ninguém gosta. Só que nem tudo que a maioria das pessoas gosta me apetece. E nem tudo que a maioria rechaça eu considero desprezível. Por outro lado, achei, no rótulo "do contra" uma forma de chamar atenção por ser diferente. Às vezes gosto de me sentir diferente, quando acho que "igual" é sinônimo de medíocre. Às vezes gosto de me sentir igual, quando acho que "diferente" é sinônimo de marginalizado. No fundo, é tudo uma grande preocupação em ser bem aceita. Uma preocupação boba, que me assola desde que eu me entendo por gente. Necessidade de me sentir adequada. Mas aí vem o problema: adequada sob o olhar de quem?
   Eu uso a desculpa da não aceitação do outro sobre mim em n características minhas pra, depois de muito pensar, descobrir que tô culpando é a mim mesma pela minha não aceitação sobre a minha personalidade. Se eu concordasse totalmente com o meu jeito de levar a vida, não tava aqui escrevendo nada disso. Sou contra muitas coisas que faço. Sou a favor de tantas outras que não sei fazer.
   Isso tudo devia estar no outro blog. Aquele que ninguém conhece. Não sei porque quis postar aqui. Eu não leria um post desse tamanho se caísse de para quedas no blog de alguém. Acho que não leria mesmo que alguém que eu conheço me mandasse o link. Mas dane-se. Aqui eu posso escrever o que eu quiser quando eu quiser, e é disso que eu tô precisando: reafirmar o espaço que eu posso ocupar dentro de mim. E acho que, talvez, se trate de uma vontade imensa de gritar no deserto, esperando que alguém escute, desejando que não tenha ninguém por perto.
   Eu, que já pensei tanta coisa diferente sobre o amor, hoje não sei mais o que penso. Sei que to querendo achar um jeito de me bastar, mas não sei se acredito que isso seja possível. Sei que acredito que devia ser. Se fosse pra gente depender da presença de qualquer pessoa ao nosso lado pra sermos felizes, talvez poucos de nós fossemos felizes (ah, talvez poucos de nós sejamos felizes...!). Também acho que tem tanta coisa mais urgente no mundo pra eu me preocupar, mas, o que que pode ser mais urgente do que aquilo que faz meu coração acelerar?
   Tem um abismo gigante entre o que eu sou e o que eu pretendo me tornar. Quero ser quem não tem vergonha de perguntar o que não sabe e não tem nada a esconder quando perguntada. Quero não corar. Quero dreads no cabelo! Quero uma casa no campo onde eu possa ficar do tamanho da paz. Quero que se refiram à mim como alguém que não tem tempo ruim. Quero mil audições! Preciso de um estágio. Remunerado! Quero concentração pra conseguir meditar na próxima lua cheia porque a última foi superficial demais. Quero chegar à uma conclusão sobre o que eu acho do amor. Acho tanta coisa... Outra coisa que tenho pensado ultimamente é que, na vida, existem duas árvores genealógicas que nos influenciam: a linhagem do medo e a linhagem do amor. Todas as nossas virtudes (a compaixão, o altruísmo, o carinho, a disposição, a lealdade, a disciplina, etc) são filhas do amor. Nossas imperfeições (a arrogância, a prepotência, a agressividade, o preconceito, etc), são filhas do medo. O ciúme - que tem um pé no amor e um pé no medo de perder - nasceu do casamento proibido dos dois (acho que isso daria um bom conto!).
   Talvez uma boa metáfora pra definir meu estado de espírito nos últimos tempos seja: quebra cabeça de 2000 peças, todas espalhadas pelo chão. Será que alguém se habilita a montar? Acho que é uma tarefa pessoal e intransferível.
    O mais estranho de tudo que eu não tô feliz, nem triste, nem poeta. Acho que tô quase chegando lá, no vaso vazio do lindo do Stanislavski. Quando chegar, mando notícias.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Metrô



Hoje eu tracei
qualquer caminho pela rua
procurando me encontrar
Nossos destinos,
enquanto enchia a lua,
resolveram se cruzar

Cê falou: "se ta de bobeira,
vem pra praia,
vem comigo ver o mar
Vamo correndo
antes que o sol se esvaia
vem cantando, vem voar"

Vem mostrar pro pé o mar
e pros problemas, gana
Conta quando estiver triste
e pra ser feliz, me chama

Vem mostrar pro pé o mar
e pros problemas, gana
Conta quando estiver triste
e pra ser feliz, me chama