sábado, 7 de abril de 2012

DNA

- Para, moço! Eu não vou te chamar de pai porque eu não te sinto como pai.
- Mas, meu filho, olha aqui o exame! 
- Desculpa, moço. Não entendo nada disso, não.
- Eu já te disse o quanto eu me arrependo do tempo que passei longe de você, e, afinal, o que importa é que agora eu estou aqui, não?
- Agora? Agora que eu já aprendi a andar de bicicleta sem rodinha? Agora que eu já descobri por onde saem os bebês? Agora que eu já sei ver as horas em relógio de ponteiro? Agora que eu já sofri porque a menina que eu gosto jogou fora o desenho que eu dei pra ela? Não, moço. Agora eu não preciso mais de pai.

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