terça-feira, 10 de abril de 2012

Esbat de abril e símbolos da páscoa

   Comecei esse ano minha Dedicação (período onde um estudante da Wicca pesquisa mais e mais sobre o assunto, pra ver se a Wicca é mesmo o seu caminho nessa encarnação). Dia 6 teve lua cheia, e fazer um ritual para celebrá-la é parte dessa Dedicação. Mas como eu tava de maus bofes com a vida, não comemorei a coitadinha no dia 6. Embora seja aconselhável que os esbats (celebrações da lua) sejam feitos na primeira noite de lua cheia (porque quando a lua começa a minguar, sua energia sobre nós já não é mais tão forte), só senti vontade de celebrar ontem. Coincidentemente ou não, no dia da páscoa cristã.
   Fui pesquisar as origens da páscoa porque sabia que devia haver alguma relação entre elas e o paganismo. Acabei conhecendo uma lenda belíssima sobre Eostre (qualquer semelhança com Easter não é mera coincidência, ok), uma deusa ango-saxã da fertilidade e do renascimento. Eostre tem uma relação de muito afeto com crianças, e reza a lenda que um dia estavam algumas crianças junto à deusa em um belo jardim, quando um pássaro pousou na mão dela. Eostre, para divertir as crianças, transformou o pássaro no seu animal predileto: uma lebre. As crianças ficaram maravilhadas com o poder de Eostre, mas notaram com o tempo de que a lebre não se sentia bem em sua nova condição, pois não podia mais voar ou cantar. As crianças pediram à Eostre que o encantamento fosse desfeito, mas já era inverno, e seus poderes estavam enfraquecidos. A deusa disse às crianças que talvez, na primavera seguinte, ela conseguisse fazer algo para reverter aquela situação. Então, na primavera, com seus poderes no auge, Eostre conseguiu que a lebre reassumisse a forma de pássaro por um período de tempo. Como sinal de gratidão, o pássaro botou ovos em homenagem à Eostre. Quando o efeito do novo encantamento passou, o pássaro voltou a ser lebre. E a lebre, em agradecimento às crianças, coloriu os ovos que havia posto, e os distribuiu pelo mundo, como um símbolo de fertilidade e abundância. É uma lenda que nos ensina a não brincar com o livre arbítrio dos outros através da magia. Diz-se que Eostre desenhou uma lebre na lua, para que ninguém esqueça essa lição, que ela própria aprendeu à duras penas. Tem aí uma foto bem ruim pra mostrar isso. Foi o melhor que o Google cedeu, sinto muito.



Uma puta lição de humildade, né? Quer dizer... Uma deusa admitir que errou e marcar a lua para que ninguém cometa o mesmo erro. Confesso que eu jamais perceberia essa lebre sozinha. De qualquer forma, é uma bela história :)
   Eostre também é conhecida por Ostera, nome que originou Ostara, celebração pagã da primavera, que ocorre, no hemisfério norte, próxima à páscoa. Tem nisso tudo um simbolismo muito forte entre o renascimento de Jesus e o renascimento da natureza. Particularmente, uma lição como essa não poderia ter chegado em hora mais certa. Um minuto de silêncio pela morte dos posts nostálgicos nesse blog.

(Tirei essa ilustração desse Flickr, tem outros desenhos lindos).
Ciao.

Um comentário:

  1. Interessante saber sobre seu caminho na wicca. Eu não entrei embora por diversas vezes me senti chamada. Mas eu gosto de viver livremente, acho que não conseguiria seguir rituais, marcar datas, luas, essas coisas. Vai de cada um.
    Mas tarot eu sou apaixonada, você já começou a mexer com alguma ferramenta oracular?

    Sobre a lenda, achei linda.

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Obrigada pelo comentário! Vou ler, e depois publico e respondo, ta?