Nunca fui muito namoradeira. Tive as minhas histórias, mas nada que eu não possa contar nos dedos. Umas mais conturbadas do que outras; outras tão leves quanto curtas; poucas duradouras, intensas, ultrarromânticas. Ah: sou leonina. Isso potencializa qualquer sentimento, vale dizer. Mas o foco desse texto não sou eu, senão quem hoje é alvo do meu mais puro amor.
Trata-se de alguém que me dá de presente o livro que eu queria sem se tratar de nenhuma data especial. "Feliz você!", ouvi, antes de ganhar um lindo Leminski. Alguém que engole a vergonha e se declara, pra mim, em canção, na frente de todos os nossos amigos e desconhecidos da faculdade. O meu amor é alguém que veste meus amigos com blusas que carregam frases que derreteriam qualquer mortal (e os faz ficar perambulando pela faculdade vestidos assim!). Alguém que compra esmaltes MA RA VI LHO SOS pra mim, e ainda traz cupcake, tudo no mesmo dia. Ah, sem falar no Ferrero Rocher. E nas maçãs justo quando eu esqueço de levar lanche pra aula. E nas flores. E nos bilhetinhos. Nos beijos, nos abraços, nos olhares, nos sonhos compartilhados... Enfim, tudo aquilo que faz dessa história um verdadeiro filme com direito a trilha sonora autoral!
Dia desses, quando meu pai disse, textualmente, "preferia que que você namorasse um garoto", eu percebi como minha cabeça mudou. Como meu amor me deu asas. Em outros tempos, eu pensaria que também preferiria namorar um garoto. Sabe, a vida é bem mais fácil pra quem nada a favor da corrente. Até cheguei a gostar bastante de um ou outro cara, mas nada culminou em nenhum envolvimento muito sério. Até já cheguei a raciocinar assim: "não fico mais com nenhuma menina. Acabou essa história. Não quero mais problema". Mas aí apareceu quem solucionou minha tristeza. Quem mostrou que os problemas tem mais é que ser mudados, e não servir de poltrona pra gente se acomodar. E que por isso mesmo, merece de mim toda a gratidão e todo o carinho que eu sou capaz de oferecer. E que, por isso mesmo, não merece ficar vivendo escondida. Aliás, quem é que merece isso? Quem é que merece fingir ser o que não é?
Sorte é que o tempo passa, e a gente vai crescendo. O mais lindo de crescer é aprender com os próprios erros. E com o tempo, aprender a nem sequer se culpar por ter errado. Acontece! Não se trata de ser melhor que os outros, senão melhor do que você já foi. Hoje, eu amo estudar o que estudo, amo sonhar o que sonho, e amo gritar meu amor. Sem medo algum de represália. Se vierem represálias, serão combatidas. Eu é que não me reprimo mais em nome de uma felicidade de brinquedo. O amor tem que ser livre. O amor É livre! Se não tiver liberdade, não é amor. Se não tiver amor, não é liberdade. Eu te amo, Laisa. Você me alvedria.
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Obrigada pelo comentário! Vou ler, e depois publico e respondo, ta?