Finis,
Você já viu "Ela" (aquele filme de cartaz rosa)? Esse filme me fez lembrar de tanta coisa... Por exemplo, de dois outros filmes (Matrix e a A Mulher Invisível) e um mangá: Chobits (você curte mangá? Eu já curti um bocado, mas já passou a fase). E lembrei dessa nossa relação "virtual". É claro, é diferente do filme. Você é uma pessoa de verdade e nós não temos um envolvimento amoroso. De todo modo, fiquei pensando nisso, entre outras coisas... A amiga com quem assisti o filme achou bastante graça do fato de um homem se relacionar com um sistema operacional. E eu fiquei matutando: será que não é isso que nós estamos fazendo? Não nós "Luísa e Finis trocando emails", mas todas as pessoas. O Facebook, o Twitter, os sms são plataformas que virtualizam nossas relações. Querendo ou não, perdemos um pouquinho de humanidade, e isso tem seus prós e contras. Discorda? Acho até que independentemente de tecnologias e redes sociais, vivemos de idealizar o outro.
Escrevo de dentro do metrô. No meu campo de visão, posso contar 6 pessoas mexendo em seus celulares. 7, se me incluo. Não sei direito em qual ponto quero chegar, afinal, o filme me fez pensar em tantos! mas... Isso não será um tanto esquizofrênico? Ou será só uma reprodução do que o ser humano faria de qualquer forma, com ou sem tanta tecnologia à disposição? Já fiz grandes amigos pela internet. Seu caso é especial porque não sei teu rosto. Não sei tua voz. Por isso Ela me lembrou do Finis. Enfim... Quando Samantha disse ao Theodore que conversava com outros milhares de pessoas enquanto conversava com ele, ele ficou com ciúmes (essa cena me fez pensar sobre tudo o que sempre pensei sobre amor, suas liberdades e as amarras que criamos tentando prendê-lo sem saber que assim o matamos). Assim como eu fiquei com ciúmes quando não recebi uma despedida exclusiva sua antes do carnaval, e até ralhei com você por isso. Não serei eu também um pouco esquizofrênica, nesse sentido? Será que o Theodore é louco por se apaixonar por alguém que não existe? Mas não é isso que fazemos sempre que nos apaixonamos por alguém e, por consequência, por toda a idealização que fazemos daquele alguém? Será que existe alguma possibilidade de gostarmos de verdade de alguma coisa, atividade ou pessoa pelo que ela é, essencialmente, e não por aquilo que ela representa pra gente?
Sabe, no fundo, eu acho que quem manda em tudo é a cabeça da gente. A gente ESCOLHE ser feliz ou não, gostar ou não de algo ou alguém. Só não sabemos disso. Theodore, afinal, não está tão louco. Se sentia só e se agarrou em algo que, por algum motivo, fez ele não sentir mais solidão. Acho que é o que nós fazemos o tempo todo. O que você acha, Finis?
Um beijo grande, grande, grande (apesar de virtual),
Lu
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Obrigada pelo comentário! Vou ler, e depois publico e respondo, ta?