♫
- Amiga, vamos pra praia?
- Praia? Com essa chuva?
- Chuva onde, garota? Tá um dia lindo lá fora!
- É... Tá um dia lindo lá fora. Mas aqui dentro tá uma tempestade de fazer medo.
E ela ficou debaixo das cobertas pra se proteger do próprio frio.
sábado, 31 de março de 2012
sábado, 17 de março de 2012
sem título #4
etiqueta(s):
carta,
expectativa,
querido diário
Verão,
Minha razão grita para que eu não grite. E eu acolho a ideia: não vou me descabelar. Não por isso. Desejo que as flores que você plantou cresçam lindas, mesmo sabendo que você plantou sementes que roubou de mim na maior cara de pau. Mesmo sabendo que fui eu quem te mostrou onde tem terra boa pra plantar. Podíamos ter construído um jardim imenso com todas as sementes! Mas você preferiu fugir com parte delas pra fazer um jardim estritamente à sua maneira. Mas deixe estar, que eu trago no peito a luz do sol, e essa energia há de fazer vingarem as sementes que seguem comigo. Deixe estar, que meu jardim será lindo! Deixe estar, que sua baixeza não me abala.
Desejo que muitas pessoas passem pelo seu jardim, e que o apreciem! Flores estão aí, sem dono, prontas para serem admiradas. Mas flores são filhas do amor da terra com as sementes. E a terra foi descoberta por mim, e as sementes foram geradas por mim, e isso me faz mãe de cada flor que você for chamar de sua. Desejo que seu jardim bastardo ganhe, com o tempo, uma cara mais sua do que minha. Mas minha cara, não pense você que as sementes algum dia deixarão de ser minhas. E não pense você que alguma flor que gerar qualquer sentimento digno vai ser mais sua do que minha só porque brotou no seu jardim. A natureza tem uma lealdade eterna, uma justiça de deus.
É certo que o joio cresce sob o mesmo sol que o trigo. Pode-se demorar para que se possa distinguir um do outro. Mas aqueles que enxergam com a alma notam à distância as diferenças mais sutis. Deixe que a própria terra mostre ao mundo quem é quem.
Minha razão grita para que eu não grite. E eu acolho a ideia: não vou me descabelar. Não por isso. Desejo que as flores que você plantou cresçam lindas, mesmo sabendo que você plantou sementes que roubou de mim na maior cara de pau. Mesmo sabendo que fui eu quem te mostrou onde tem terra boa pra plantar. Podíamos ter construído um jardim imenso com todas as sementes! Mas você preferiu fugir com parte delas pra fazer um jardim estritamente à sua maneira. Mas deixe estar, que eu trago no peito a luz do sol, e essa energia há de fazer vingarem as sementes que seguem comigo. Deixe estar, que meu jardim será lindo! Deixe estar, que sua baixeza não me abala.
Desejo que muitas pessoas passem pelo seu jardim, e que o apreciem! Flores estão aí, sem dono, prontas para serem admiradas. Mas flores são filhas do amor da terra com as sementes. E a terra foi descoberta por mim, e as sementes foram geradas por mim, e isso me faz mãe de cada flor que você for chamar de sua. Desejo que seu jardim bastardo ganhe, com o tempo, uma cara mais sua do que minha. Mas minha cara, não pense você que as sementes algum dia deixarão de ser minhas. E não pense você que alguma flor que gerar qualquer sentimento digno vai ser mais sua do que minha só porque brotou no seu jardim. A natureza tem uma lealdade eterna, uma justiça de deus.
É certo que o joio cresce sob o mesmo sol que o trigo. Pode-se demorar para que se possa distinguir um do outro. Mas aqueles que enxergam com a alma notam à distância as diferenças mais sutis. Deixe que a própria terra mostre ao mundo quem é quem.
Serenamente,
Primavera.
Primavera.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Filme mudo
etiqueta(s):
amor,
expectativa,
poema
Silêncios longos interrompidos por
"Não-sei-o-que-dizer"
Mesmo tendo tanta coisa a ser dita
E olha, não se trata de mentira ou medo!
De fato não se sabe o que dizer.
Do nosso amor mutuamente problemático,
Do nosso pecado recíproco e inexistente,
Das nossas falhas tão nítidas quanto justificáveis,
Do nosso medo tão íngreme que dá medo,
Do nosso encaixe tão óbvio que dá vontade.
Do nosso tempo tão mais lento que o dos outros,
Do nosso futuro tão página em branco,
Dos meus sonhos tão eu e você,
Dos seus sonhos tão mistério pra mim,
Da nossa idade tão pouca e tão certa,
Do nosso desencontro que não quer se desvencilhar,
Do nosso ontem lindo e anteontem exasperado,
De tanta coisa que já foi escrita e dita,
Não sabemos mesmo o que dizer.
Que fazer?
Esperar!
Esperar, que o tempo passa.
Esperar que o tempo passe a nosso favor.
"Não-sei-o-que-dizer"
Mesmo tendo tanta coisa a ser dita
E olha, não se trata de mentira ou medo!
De fato não se sabe o que dizer.
Do nosso amor mutuamente problemático,
Do nosso pecado recíproco e inexistente,
Das nossas falhas tão nítidas quanto justificáveis,
Do nosso medo tão íngreme que dá medo,
Do nosso encaixe tão óbvio que dá vontade.
Do nosso tempo tão mais lento que o dos outros,
Do nosso futuro tão página em branco,
Dos meus sonhos tão eu e você,
Dos seus sonhos tão mistério pra mim,
Da nossa idade tão pouca e tão certa,
Do nosso desencontro que não quer se desvencilhar,
Do nosso ontem lindo e anteontem exasperado,
De tanta coisa que já foi escrita e dita,
Não sabemos mesmo o que dizer.
Que fazer?
Esperar!
Esperar, que o tempo passa.
Esperar que o tempo passe a nosso favor.
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