domingo, 21 de julho de 2013

Pr'um anjo chamado Ana Clara

Ana,

   Acabou que não pudemos viajar com você. Sua viagem coincidiu com a nossa, e nós passamos o dia do amigo juntos, sentindo sua falta juntos. Volta e meia alguém dizia "se a Ana estivesse aqui, ela ia dizer não sei o quê". "Ai, que falta que a Ana vai fazer...". "CADÊ A ANA PRA IR ATÉ O CHÃO?". 
   Viajamos. Amigos na estrada rumo a um lugar lindo e distante da barulheira urbana só podia culminar num fim de semana épico. De fato, nos divertimos bastante - do jeito que Dionísio gosta. Apesar da saudade, porque a vida segue. A sua segue, a de cada um de nós também. Até porque, nossa saudade não é cria da morte. Pelo contrário: sentimos saudade de alguém que está bem vivo, e que vai usar toda essa vivacidade pra conquistar mais um sonho. E nos encher de mais orgulho. Mas que você é incrível, conquista todo mundo por onde quer que passe e que vai realizar tudo o que quiser, você já sabe. Ou pelo menos, já ta cansada de me ouvir falar. 
   O que me chamou atenção foi hoje, na volta pro Rio, quando, em meio à indecisão de qual música ouviríamos no carro, fomos unânimes quando o aleatório tocou Charlie Brown Jr. Cecília lembrou bem: foi a música que tocou no vídeo dos seus 15 anos. Aquela festa pra qual você me chamou quando a gente nem se falava direito, mas já dava pra sentir que havia empatia de cara. Aquela festa na qual eu me diverti muito mais do que nas festas de 15 anos da época que eu tinha 15 anos - porque além de talentosa, carismática, dedicada e tudo o que eu sempre disse, você ainda é novinha. 
   "Pra quem tem pensamento forte, o impossível é só questão de opinião", dizia o convite da festa. E desde ali eu entendi que você estava resumida nesse verso. Quando ouvimos "Você deixou saudade", a pele arrepiou, e cresceu um nó na garganta. Mônica leu minha mente: ouvir essa música e lembrar da Ana dá uma vontade de chorar... Era isso mesmo. Antes que ela terminasse de falar, eu já tinha concordado: caiu uma lágrima, depois outra, depois outra... Chorei quietinha. Não solucei, não. Nem chorei de tristeza, ow! Não fica triste aí, não. Chorei de alegria por ter te conhecido. 
    Depois, começamos a supor que, como nem sua família tinha viajado contigo, você deveria voltar nas férias, etc. Foi aí que o danado do Destino botou o rádio pra dizer "mas ela vai voltar...". Nem preciso dizer que meu corpo terminou de arrepiar, né? "Ela tem força, ela tem sensibilidade, ela é guerreira" só deixou mais claro pra mim o quanto aquele momento ali teve a mão de Deus, garantindo pra todos aqueles apaixonados por você que estavam naquele carro - ou seja: todos nós - que a última vez que nós te abraçamos não foi a última vez coisíssima nenhuma: haverá um milhão de outros abraços. Mas enquanto eles não chegam, mostra aí o teu valor pra quem ainda não te conhece. Até um dia!
Com muito, muito, muito, mas MUITO amor MESMO,
Lu




2 comentários:

  1. Lendo a carta, queria escrever uma pra você... Pra falar da saudade de uma menina inteligente e talentosa, pra falar do amor de uma tia que sempre esteve distante e sente tanto por isso.
    Sinto que teríamos tanto que falar, tanto que compartilhar. Te amo!

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  2. Sublime. De uma delicadeza calculada friamente ao mesmo tempo que transborda naturalidade e conquista quem passear os olhos por aqui.
    Estive ausente mas planejo melhorar a pontualidade das visitas e dos comentários.

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Obrigada pelo comentário! Vou ler, e depois publico e respondo, ta?