quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Valente

 Agosto chegou. E com a sua chegada, a contagem regressiva pro meu aniversário se torna inevitável. Estava precisando de um renascimento e, hoje, o ganhei. A catarse de hoje foi um presente adiantado do universo pra mim. Vale dizer: hoje é dia de Imbolc. Na Wicca, comemora-se o crescimento do Deus e prepara-se para receber a primavera. Aproveitei pra comprar dois livros lindos numa linda feira perto da minha casa que anda vendendo livros a preço de banana.

Bu. Vou te assustar de noite.


 Fui assistir (ao lado de duas das pessoas a quem mais amo na vida) Valente: o filme da Disney cuja protagonista tem o cabelo incendiado (e bagunçado) e - surpresa das surpresas - não fica com o príncipe-encantado-no-cavalo-branco ao final da história. A protagonista de um filme da Disney (essa maravilhosa máquina de estimular submissão cor-de-rosa), caros leitores escassos e invisíveis, fica sol-tei-ra no final da história. Por escolha própria! Pela tradição, ela deveria se casar, mas acaba fazendo a mãe entender que prefere esperar para se casar quando ela quiser se ela quiser, ao invés de obedecer, cegamente, uma tradição. Merida é uma princesa que não se porta como princesa: se porta como crê que deve se portar e não se torna menos princesa por causa disso. Por isso ela é "Valente". Isso mexeu comigo a ponto de emoção transbordar de mim em forma de lágrima. E isso não acontecia há tempos.

  É fato que eu me identifiquei em mil coisas com ela - da cor do cabelo ao relacionamento conturbado com a mãe, passando pela crença em magia e pela vontade de transgredir tabus - mas, sério: acho que qualquer um que tenha sangue correndo nas veias vai se encantar com a trama. O desenrolar do filme é tão encantador ao tocar em temas como família, respeito, união,  que a parte "casal" da história é totalmente dispensável. Na minha opinião, foi um grande passo para a Disney. Depois da Tiana, uma princesa negra super independente, veio essa linda da Merida, que fica solteira, no final das contas, e ta tudo muito certo sendo assim. Mas como epifania quando vem, vem à tona, não bastava ter trailer do próximo filme da Tinkerbell, o La Luna (que é um curta lindo da Pixar que eu, infelizmente, não to conseguindo achar inteiro no youtube), nem ser absolutamente maravilhoso e catártico: tinha que ter essa musiquinha pra ficar na minha cabeça até o fim dos tempos, né?


vou correr, vou voar e o céu eu vou tocar


Bem, que venha agosto. 
E, já diria Caio, que seja doce.
Ciao!



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