terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Mais uma página

  Quero deixar bem claro que esse post é só pra mim. Leia, se quiser, por sua conta e risco. Mas não vai ser divertido, nem vai gerar nenhuma reflexão em você. Se quiser perder seu tempo, fique à vontade. Se quiser ganhar seu tempo, ouça essa belezinha de álbum da Maria Gadú que ta aqui embaixo. :)



  2012 foi um longo ano. Logo em janeiro tive uma experiência maravilhosa celebrando a lua cheia, o que me deu gás para celebrar todas as outras cheias do ano, e algumas novas, também, além dos sabats. Foi um ano de intenso auto-conhecimento, se é que auto-conhecimento ainda tem hífen.
Tentei por em prática um projeto de trupe, mas não foi para frente. É uma ideia que ainda precisa ser bastante amadurecida, mas deixe estar! De todo modo, fiz muita música, e subi o primeiro degrau de uma longa escada contra os meus bloqueios em cena. Ah, e por falar em "cena", conheci, num desses encontros casuais, um grupo que soube reafirmar com maestria a paixão que eu sinto quando piso num palco, quando pego num texto, quando aqueço minha voz. Mudaram minha vida, arrisco dizer.

  Cumpri 12 metas da minha lista: terminei de customizar minha parede (aliás, customizei um monte de coisa!), passei pra UERJ, fui ao circo, viajei de avião, trabalhei com teatro, escrevi uma carta para mim (que será aberta em 2022),  fiz um dread, cantei num karaokê (bêbada, e fiz 0 pontos), fui num show do Teatro Mágico, li o Manifesto Comunista, joguei boliche e aprendi a meditar. Por pouco não doei sangue: falta de peso me assombrou o ano todo. Superei definitivamente a fase "distúrbio alimentar" da minha vida e agora - veja só que ironia - brigo com a balança para ver se engordo um pouquinho.

  O amor ainda não voltou a morar comigo. Tampouco voltou a fazer parte de mim a certeza do que eu penso exatamente sobre o amor, sobre a monogamia, sobre o ciúme e outras mil questões. Talvez o amor até tenha batido à minha porta e, por não te-lo reconhecido, o rechacei. Conheci muita gente, e me permiti mais do que talvez tenha me permitido em toda a vida. E descobri muito sobre mim mesma, assim. Como muito bem cantou Roger, com seu ultraje sempre à rigor, "é melhor se arrepender do que se fez do que não ter tido a coragem de fazer". E foi com uma coragem tamanha que escrevi e enviei tantas cartas, cada uma com seu respectivo pedaço de sentimento declarado. E só obtive respostas lindas, respeitável público! Cresci, sim... Cresci um bocado. Sem de modo algum, é claro, deixar de alimentar minha admiração por Peter Pan, meu eterno herói. 

  Descobri que adoro Woody Allen e Buñuel, e que Almodóvar merece meu respeito. Descobri que cinema é lindo demais. Me apaixonei por Bob Dylan, Jackson do Pandeiro, Novos Baianos e Dorgival Dantas, e até Mallu Magalhães foi ouvida e cantada, depois de tanto preconceito. Descobri que carnaval é legal, que gosto de fotografar, que gosto de tapioca, de morango, de limonada e de suco de laranja. Descobri a Henna, e gostei demais de voltar a ser ruiva. Descobri que curto me meter na cozinha, de vez em quando. Descobri que essa história de feng shui funciona mesmo, e perdi a conta de quantas limpas fiz no meu quarto, de quanto brinquedo, roupa e livro doei. E só eu sei o jeito lindo que a energia achou de reocupar aqueles espacinhos que eu mesma abri na minha vida, instintivamente.


  Minhas vontades, no comecinho do ano, eram, basicamente: começar a faculdade, ganhar meu próprio dinheiro e me dedicar à Wicca. Apesar dos três meses de greve, passei a maior parte do meu ano naquele cinza maravilhosamente cheio de cores. Meu trote foi inesquecível, conheci pessoas maravilhosas, e tenho descoberto em mim uma vocação cada dia maior para ser professora. Nada paga a satisfação de ter escolhido o curso certo. Antes do fim do primeiro período consegui um estágio, o que ajudou a cumprir outra meta pro ano: ganhar dinheiro. Outra delícia foi trabalhar com teatro: dois meses vestida de princesa vendo o brilho nos olhos de crianças, ouvir "Aurora, eu te amo" e ainda receber por isso no final da temporada, é orgulho que, de fato, não há quem seja capaz de tirar de mim.



  Graças a tal dinheiro banquei minha viagem à Natal, para a formatura da minha prima. Em menos de uma semana pude relaxar do stress que me consumia, descobrir que forró é gostoso demais, e suco de acerola, também. Ah: e que, sempre que possível, faz um bem danado ouvir reggae e olhar o céu estrelado num São Miguel muito do Gostoso ao lado de quem se ama e carrega o mesmo sangue que você.



  Foi o ano mais atípico da minha vida. É certo que teve uma dor de saudade que foi bem chata de aguentar.  Mas como tudo passa, eis-me aqui, inteira. A tristeza que senti esse ano foi diferente da tristeza que senti durante os outros anos. Foi uma tristeza menos triste, não sei explicar muito bem. Só sei que, ontem, naquela confusão do réveillon de Copacabana, com a minha família do lado, chorei assistindo a lua, que, começando a minguar, co-atuava no espetáculo do céu, que brilhava em cores, e pude ouvir a voz de deus ecoar dentro da minha cabeça dizendo "2013 vai ser muito especial. Se prepara". As sete ondas foram puladas, e com as bênçãos de Yemanjá, os sete desejos serão realizados. 


Saravá!
Luísa Zanni


3 comentários:

  1. Fico feliz que o teu 2012 tenha sido um ano diferente e que esse diferente seja um bom diferente! Espero que as palavras de Deus na tua cabeça se tornem realidade e que 2013 seja bem especial.
    Beijos, flor!

    Uma última observação: cantar tri louca num karaokê é sempre muto bom pra alma e pra quem escuta! Hahaha.

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  2. Muito show, lu! Que 2013 seja "o ano" para ti :)

    ps: As fotos que a senhorita tirou ficaram muito bacanas! Parabéns :)

    Beijos,
    Ana.

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  3. 2012 foi um ano muito bom, então, ein... Conseguiu fazer tanta coisa que tinha vontade... Meu ano também foi muito bom, mas confesso que tive de adiar algumas coisas... eheheh Aproveito para desejar que 2013 traga muitas realizações para você!

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Obrigada pelo comentário! Vou ler, e depois publico e respondo, ta?