sábado, 13 de abril de 2013

Sobre fazer resenhas e poesia concreta

  Outro dia finalmente terminei de ler um livro que havia comprado ano passado: Teatro brasileiro - um panorama do século XX. Entre outras várias peças, o autor, Clovis Levi cita Revolução na América do Sul, do Boal, que eu me lembro de ter lido e adorado. Mas quando tentei lembrar da história... Frustração. Não conseguia! Nem por milagre, nem com feitiço, nem batendo com a cabeça na parede consegui lembrar a história. Sei que era um texto bem crítico e bem humorado. Sei que, quando li, achei genial. Mas não consegui me lembrar os porquês. E me veio em mente, como um insight, a lembrança de que eu memorizo melhor as coisas que escrevo. E caso esqueça, posso ler o que escrevi e relembrar. Pensei assim, então: se eu resenhar os livros que ler, vou me lembrar das histórias para sempre! E foi assim que decidi fazer uma resenha de todo livro e filme que eu ler e assistir - já me esqueci do enredo de vários filmes que assisti e adorei, também. Devo mesmo ter uma memória de peixinho dourado, como me disseram uma vez. 
   Estava decidido que resenharia todo livro a partir do próximo que começasse a ler. Eis que Toda poesia (aquele livro laranja do Leminski que todo mundo ta lendo, agora) caiu do céu pras minhas mãos (como caiu do céu pra minha vida quem me deu esse livro lindo). Como ainda não terminei o livro, ainda não fiz nem rascunho de resenha. Tampouco sei se, resenha feita, vou querer postá-la aqui no blog. Mas sempre gostei muito de Leminski, desde que era pequenininha do tamanho de um botão e a então TVE exibia poemas dele em texto, som e cor. Sabia poeminhas dele de cor sem nem saber o que era poema, nem quem era Leminski. E é por gostar tanto da simplicidade dos textos dele, e da capacidade dele de ser simples sem ser raso, é que deixo por aqui uma estrofe tímida que já foi escrita há alguns meses. Tentei encaixá-la numa música, mas não prestou. Só que, sem música, ela ficou solta demais. Mas aí, lendo Leminski, lembrei da poesia concreta. E lembrei que nunca havia feito nada assim. Aí me deu vontade de fazer, como normalmente tenho vontade de fazer tanta coisa que nunca fiz. E não é que a poesia concreta virou concreto e prendeu minha esfrofezinha no chão, bem do jeito que eu queria que ela ficasse? Espero que les guste.


p/ leminski
pra onde será que vai
o pedido da gente
quando a estrela cadente

                                           c
                                             a 
                                                i

                                                    ?


Beijos com gosto de sonho,
Luísa Zanni

Um comentário:

  1. Resenhar é viver - alguém diria.
    Sigo algumas pessoas que fazem resenhas extraordinárias, daquelas que fazem você comprar o livro enquanto lê a resenha? Então. Mesmo assim, ficarei curioso por ler seu ponto de vista sobre o que anda lendo.
    Gosto da forma como escreve e fico feliz que tenha voltado ao blog.


    ResponderExcluir

Obrigada pelo comentário! Vou ler, e depois publico e respondo, ta?