"O homem que nada deseja é invencível"
(Era uma vez no México)
Mesmo depois de me ouvir dizer tudo aquilo, sua expressão permanecia tranquila como a de quem não se deixa abalar por nada na vida. Ele encostou sem pretensão na minha cintura, e meu corpo se aproximou do dele sem nenhum comando consciente. Uma das mãos, levou até meu pescoço, e sussurrou no meu ouvido "eu tô aqui", e encostou a mão no meu coração (que me traía, ao bater acelerado e demonstrar meu nervosismo), "e aqui", e então tocou minha cabeça, adivinhando, como um feiticeiro, que eu jamais seria capaz de enterrá-lo no esquecimento. "Não importa quem passe por aqui", concluiu, deslizando um dedo pelos meus lábios, me deixando ainda mais atordoada. Virou-se, então, de costas, tirou seu violão do chão, e dedilhou aquela música que me dera de presente sem nem mesmo saber se eu queria ouvir. Que bobagem... É claro que eu queria! É claro que ele sabia disso. É claro que ele foi embora sem olhar pra trás. E é claro que eu não pisquei enquanto meu olhar alcançava sua imagem.
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Obrigada pelo comentário! Vou ler, e depois publico e respondo, ta?