E agora, pra rimar,
Eu vou falar qualquer besteira
Porque só me importa mesmo
É que chegue quarta feira
sábado, 23 de junho de 2012
sexta-feira, 22 de junho de 2012
Quando a caixinha de música fala
etiqueta(s):
paródia,
querido diário
Descobrir que o título original de "Canção de ninar gente pequena" era "Canção de ninar irmã pequena" não tem preço. Será que você ainda passa por aqui? Eu não ando mais por aí. Acho que cansei de por minha resistência à prova. Foi preciso um bocado de coragem pra admitir minhas covardias, mas eu to legal assim. É incrível como assumir fraquezas me torna forte. O fato é que a telepatia raramente se esbarra nesse 2012 louco e legal. Mas certas coisas nunca mudam. Eu, por exemplo, continuo com essa mania de escrever o que se adeque à minha vida ou tornar adequado à minha vida coisas já escritas... Se for pra corrigir, que seja Oswaldo Montenegro, porque pouca pretensão é melhor nem ter. :P
canção de acordar o que há de grande
segue, segue, menininhaeu sigo aqui
vai realizar
que já é tempo, menininha
vai, vai crescer
sonha que o sonho faz bem
mas lembra do mundo real
ganha o mundo
acordada, menininha
e reza pra espantar o mal
olha, vê bem, reparte sim
os teus sonhos de menina
levanta, segue
cresce e aprende, menininha
pra um dia ensinar
Espero que, onde estiver, você esteja sorrindo neste exato segundo. E nesse também. E nesse também. Até até. ∞
Agora acabaram minhas desculpas. Daqui a pouco a greve acaba e nem minha intro ta pronta! :(
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Infâmia
A bagunça do meu quarto é minha zona de conforto.
ps. Bem vindo, Inverno! *-*
Feliz Yule pra todo mundo, e que a gente tenha consciência de que o frio já, já passa, e que a primavera tá quase aí.
ps. Bem vindo, Inverno! *-*
Feliz Yule pra todo mundo, e que a gente tenha consciência de que o frio já, já passa, e que a primavera tá quase aí.
quarta-feira, 20 de junho de 2012
Sinestesia
etiqueta(s):
expectativa,
miniconto,
passou
Curioso: senti o gosto do teu beijo no café servido por outrem. Achei que fosse só impressão, mas beberiquei novamente a xícara, e tive a mesma sensação: o duro amargo do café sem açúcar reinventado por uma borda de doce de leite.
Será que encontro a paz do teu colo em algum outro edredom? E a raiva por você, nas mazelas do mundo? E os deuses do teu olhar, mirando o céu de outro país? Há diferença entre o céu que eu via ao teu lado e o céu que posso ver com outro amor ao meu redor? Ah, todo amor é igual... É sempre a mesma receita. O sabor varia de acordo com a quantidade de cada ingrediente que se coloca na mistura. Vou ver se, da próxima vez, ponho menos açúcar do que pus no café que você me serviu. O suficiente pra beber um amor quente e doce, mas de modo que eu não enjoe da xícara antes de tomar todo o café. Ah, e quando acabar de beber tudo, vou imediatamente lavar as xícaras e colocá-las para secar. Não quero moscas na pia, nem teias de aranha na alma.
sábado, 16 de junho de 2012
Nem tanto, nem tão pouco
Som ambiente: Esperando aviões - Vander Lee
Foi num dia bem comum que tudo aconteceu. Os dois estavam com suas dores mais ou menos atenuadas, e tinham um interesse discreto um pelo outro. Tanto fora sufocado que por pouco ainda havia aquele "algo". Ela, querendo saber o que pensava. Ele, pensando sabe-se lá o que. A libido ocupava seu devido lugar. Recíproca sabida, mas quase nenhum frisson. Quase nenhum afã, ainda mais se comparando às expectativas.
Prenderam-se em olhares que dariam, a quem passasse, a impressão de que havia amor ali. Mas não havia. Parecia amor, mas não era. Era quase. Prenderam-se num beijo bom, mas que não era nada além de simplesmente bom. E se separaram, como se nada tivesse acontecido. Talvez por não quererem encarar a importância daquele beijo, ou talvez por não acharem que era importante. Talvez não achassem importante nem deixassem de achar. Com toda a certeza, talvez não fosse bem assim. Muito pelo contrário.
Ela pensava se teria valido a pena. Ele não se preocupava, mas não deixava de se preocupar. Ela, querendo motivo pra querer se envolver. Ele, querendo motivo pra dar motivo. Sentiam aquilo que se sente quando não se sabe o que se passa. Quase eram. Mas ainda tratava-se de cada um por si. Ele, nostalgicamente eufórico. Ela, euforicamente nostálgica. Tão previsível que ninguém jamais poderia supor.
Borrão
- Vamos apostar corrida? Se eu ganhar, você me dá um beijo. Se você ganhar, eu te dou um beijo.
- Vamos. Mas se eu ganhar, pode ficar com o seu beijo pra você.
sexta-feira, 15 de junho de 2012
As mentiras sociais e suas fés inabaláveis
etiqueta(s):
bagunça,
texto por música
Não tem muita diferença da vida pro palco: todo mundo atua o tempo todo. E isso não é o mesmo que dizer que todo mundo mente o tempo todo. Ator é diferente de mentiroso, que fique bem claro. "Ator é aquele que atua, que age. E não aquele que interpreta", sabiamente me disse um mestre.
O fato é: pouco ou nada importa se você fala a verdade ou não. Importa se o que você diz parece ser verdadeiro. Não importa muito se eu me sinto forte ou não. Importa que o mundo acredite que eu me sinto forte. Não importa muito que eu me sinta capaz de realizar o que eu sonho em cada víscera do meu corpo, ou não. Importa que eu acredite que eu sou (não porque o fato de acreditar, por si só, seja de extrema importância, mas, para que o espelho pense que eu acredito em mim - e aí, em seguida, eu vou poder acreditar em mim, de verdade), e mais: que mostre pro mundo que acredito.
Isso tudo faz parte de uma relação meio (?) esquizofrênica que nós estabelecemos com os paradigmas da sociedade. Chegamos no mundo cheio de regras pré-estabelecidas. Certo. E tentamos conciliar as regras com o nosso pensamento. Gritamos que não estamos de acordo com mil hipocrisias. Por vezes - por necessidade e correria - tentamos conciliar nosso pensamento com as regras implícitas. E aí nos tornamos contraditórios, hipócritas e criticáveis.
Onde está o limite entre o que você pensa e o que o sistema quer que você pense? Que parte da tua personalidade é tua, e que parte é mera cópia do que se vê? Será que os ideais que você mais preza, e bate no peito pra dizer que vão contra a corrente, não são absolutamente manipulados? E quem será que manipula? Alguma inteligência superior? A simples força do sistema? Olha que insanidade: você mesmo detém todo o controle sobre as tuas próprias mediocridades. E ainda tem coragem de culpar o mundo! Mas tudo bem, você precisa acreditar que esses ideais são reais. Precisa acreditar que são teus. Se não, o chão debaixo do teu pé desaparece. E aí fica impossível viver. É importante até, que eu acredite nessa insanidade toda, pra achar que detenho uma parcela ainda que ínfima da verdade, quando, na verdade, eu não sei mesmo é de nada. Que nem você. E qualquer outra pessoa, também.
É importante acreditar. Não mais importante que tudo, mas é importante. A questão é: no que eu acredito? Enquanto não descubro, vou cantar, que é pra ninguém - nem eu, principalmente eu! -perceber que pairam interrogações ao meu redor. Ou meditar, que nada mais é que cantar em silêncio. Nesse canto em silêncio residam, talvez, minhas maiores verdades. Já que eu não tenho que dizer que sou isso ou aquilo pra ninguém. Eu simplesmente exerço meu dever e meu direito de ser, e isso basta.
O fato é: pouco ou nada importa se você fala a verdade ou não. Importa se o que você diz parece ser verdadeiro. Não importa muito se eu me sinto forte ou não. Importa que o mundo acredite que eu me sinto forte. Não importa muito que eu me sinta capaz de realizar o que eu sonho em cada víscera do meu corpo, ou não. Importa que eu acredite que eu sou (não porque o fato de acreditar, por si só, seja de extrema importância, mas, para que o espelho pense que eu acredito em mim - e aí, em seguida, eu vou poder acreditar em mim, de verdade), e mais: que mostre pro mundo que acredito.
Isso tudo faz parte de uma relação meio (?) esquizofrênica que nós estabelecemos com os paradigmas da sociedade. Chegamos no mundo cheio de regras pré-estabelecidas. Certo. E tentamos conciliar as regras com o nosso pensamento. Gritamos que não estamos de acordo com mil hipocrisias. Por vezes - por necessidade e correria - tentamos conciliar nosso pensamento com as regras implícitas. E aí nos tornamos contraditórios, hipócritas e criticáveis.
Onde está o limite entre o que você pensa e o que o sistema quer que você pense? Que parte da tua personalidade é tua, e que parte é mera cópia do que se vê? Será que os ideais que você mais preza, e bate no peito pra dizer que vão contra a corrente, não são absolutamente manipulados? E quem será que manipula? Alguma inteligência superior? A simples força do sistema? Olha que insanidade: você mesmo detém todo o controle sobre as tuas próprias mediocridades. E ainda tem coragem de culpar o mundo! Mas tudo bem, você precisa acreditar que esses ideais são reais. Precisa acreditar que são teus. Se não, o chão debaixo do teu pé desaparece. E aí fica impossível viver. É importante até, que eu acredite nessa insanidade toda, pra achar que detenho uma parcela ainda que ínfima da verdade, quando, na verdade, eu não sei mesmo é de nada. Que nem você. E qualquer outra pessoa, também.
É importante acreditar. Não mais importante que tudo, mas é importante. A questão é: no que eu acredito? Enquanto não descubro, vou cantar, que é pra ninguém - nem eu, principalmente eu! -perceber que pairam interrogações ao meu redor. Ou meditar, que nada mais é que cantar em silêncio. Nesse canto em silêncio residam, talvez, minhas maiores verdades. Já que eu não tenho que dizer que sou isso ou aquilo pra ninguém. Eu simplesmente exerço meu dever e meu direito de ser, e isso basta.
"I gotta have my bite, sir"
quinta-feira, 14 de junho de 2012
Penseira
etiqueta(s):
bagunça,
poema,
querido diário
saussure, durkein, freud, damatta
intertextual, semiótica , prazo de entrega
ramatis
rfn, greve docente
DCE, politicagem escrota, manipulação
medo
assembleia, confusão, greve estudantil
eu num lindo esquife familiar
comodismo
ativismo
feminismo
vegetarianismo
ismos
bandeiras
obsessão
religião
amor
família
amigos
saudade
Marani
paz
Branca de Neve
Ariel, Feiosa
standing, elenco principal
dá o texto. DÁ O TEXTO!
é melhor desafio ou conforto?
é melhor estar vivo
do que se fingir de morto
texto pra decifrar
texto pra decorar
tempo hábil há de haver
se eu souber aproveitar
"Tô com saudade do beijo e do mel..."
Será?
Tantos "serás?"...
Será que serão?
E o futuro, José?
E o presente, me presenteará?
Como será o amanhã?
E hoje, como será?
Chega, por hoje! Não quero!
Não quero, não devo, não posso pensar.
intertextual, semiótica , prazo de entrega
ramatis
rfn, greve docente
DCE, politicagem escrota, manipulação
medo
assembleia, confusão, greve estudantil
eu num lindo esquife familiar
comodismo
ativismo
feminismo
vegetarianismo
ismos
bandeiras
obsessão
religião
amor
família
amigos
saudade
Marani
paz
Branca de Neve
Ariel, Feiosa
standing, elenco principal
dá o texto. DÁ O TEXTO!
é melhor desafio ou conforto?
é melhor estar vivo
do que se fingir de morto
texto pra decifrar
texto pra decorar
tempo hábil há de haver
se eu souber aproveitar
"Tô com saudade do beijo e do mel..."
Será?
Tantos "serás?"...
Será que serão?
E o futuro, José?
E o presente, me presenteará?
Como será o amanhã?
E hoje, como será?
Chega, por hoje! Não quero!
Não quero, não devo, não posso pensar.
terça-feira, 12 de junho de 2012
Marchando em corda bamba
etiqueta(s):
carta,
crônica,
expectativa,
querido diário
Um carro bateu num poste aqui, em frente a minha casa, do outro lado da rua. Fez um estrondo. A gata se assustou e ficou me olhando feito criança. Minha mãe disse que eu não olhasse pela janela pra não me impressionar: a mulher que estava no volante ficou com a boca toda ensanguentada. Parecia sério. Dali a pouco, tinha uma meia dúzia de pessoas em volta da mulher a ajudando a se acalmar, a lembrar de ligar pra alguém que pudesse socorrer, e dali a mais um pouco, minha mãe estava lá embaixo, também, levando um saquinho com gelo e uma toalhinha. "Não aconteceu nada com os dentes, só sangrou o lábio, mesmo", disse-me a doutora, ao voltar pra casa.
Depois, nego vem me dizer que brasileiro é isso e aquilo, e não entende porque eu fecho a cara. Depois, nego vem dizer que a gente é ingrato e gosta de viver trancafiado, se solitarizando. Mas não foi desamparada que aquela mulher ficou, depois do incidente. Não eram amigos de infância, sequer conhecidos, nenhum daqueles que foram socorrer àquela mulher, provavelmente atordoada com o acontecido. Então, falemos de flores! Agradeçamos a nós mesmos pela chance que incidentes como estes nos dão de provarmos que sermos humanos é motivo de orgulho.
Ultimamente, tenho prestado muita atenção no que dizem aqueles que se auto intitulam ativistas, seja seu ativismo relacionado ao vegetarianismo, ao feminismo, ao aborto, à maconha, à religiões, ou qualquer outra bandeira que dê pano pra manga suficiente pra horas de conversa, sem que ninguém chegue a nenhuma conclusão brilhante o suficiente capaz de mudar alguma coisa, de fato. Mas, bem, já cheguei à conclusão que essas discussões, por mais infrutíferas que sejam na maioria das vezes, são extremamente necessárias pra que a nossa opinião não envelheça bitolada, fazendo tricô numa cadeira de balanço, ignorando o caos que cresce em volta. Enfim, presto muita atenção às mil opiniões que me cercam sem saber bem qual é a minha. Continuo procurando... E, embora - por não saber qual - não carregue bandeira nenhuma, já me arrisco a chegar perto de algumas. Começo a dialogar com certas ideologias que há pouco me pareciam ridiculamente exageradas. Lendo o Feminerds eu concretizei minha ideia de que é só prestar um pouquinho de atenção nestes ativistas que a gente critica, pra ver que eles nunca estão totalmente errados (atenção: não me refiro a sociopatas, fanáticos, afiliados ou simpatizantes da Ku Klux Klan nem nada do tipo. Falo de gente que luta pela morte de preconceitos que só fariam bem à nossa sociedade tão mediocrizada e tão passiva perante essa mediocrização). Talvez, esses ativistas sejam mais incisivos do que a sociedade gostaria que fossem, mas não sem motivo pra tal. Afinal, cê já se deu conta de como está o mundo que a gente vive, né? Retiro tudo que eu já disse contra a marcha das vadias, por exemplo, profundamente envergonhada. Não me considero feminista - nem ativista, de modo geral -, mas entendo perfeitamente quem bate no peito pra dizer que é. Pensando nisso, gostaria de remeter esse singelo presente à sociedade:
Caro Patriarcalismo,
Se eu vou saber cuidar de casa,
Lavar louça, cozinhar, pregar botão,
Se eu vou querer me apertar em roupa,
Me maquiar, passar perfume, fazer nail art,
Se eu acreditar que posso
(E posso)
Mudar o que vejo de errado sendo ensinado na cara de pau em plenas salas de aula,
Mudar o conceito bitolado de arte que paira na mente da maior parte das pessoas que conheço,
Se eu for desafiar tua moral hipócrita,
Beijar homem, beijar mulher,
Não beijar homem, não beijar mulher,
Dizer sim, dizer não, não dizer,
Preferir água ou álcool,
Ter filho, não ter filho,
Falar palavrão, não falar palavrão,
Vai ser porque eu acho certo ou porque eu acho errado.
Não porque tuas tradições preconceituosas mandaram
Nem porque eu to a fim de te fazer cosquinha por falta de melhor coisa pra fazer.
Pegando a haste pra levantar bandeira,
Mulher.
Mulher que se livrou do teu arquétipo,
Mas não abre mão de salto alto e um bom batom
E não entra em briga se não for pra ganhar ou sair derrotada com orgulho de ter tentado até o fim
E ainda assim,
Deixando uma semente plantada na cabeça dos que sobreviverem pra seguir lutando.
E ainda assim,
Deixando uma semente plantada na cabeça dos que sobreviverem pra seguir lutando.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Rima pobre em linha reta
etiqueta(s):
favorito,
felicidade,
poema
Quem muito sente, quase sempre é reticente. E geralmente, dá a entender que é indiferente. Mas quem se sente desprezado internamente, deve tratar de externar logo o quanto sente. Pra finalmente, tal qual um sol reluzente, olhar pra frente: nunca atrás!
Não se lamente. Diga ao espelho que quer ser bem diferente. E vá à luta. Corra atrás. Não se apoquente... Tome as rédeas desse momento presente, e não coloque culpas suas noutra gente. Faça poesia, ria, dance, cante, invente. Não espere que o pra sempre venha de repente. Não queira a lua mascarada em sol poente. Vê que as respostas moram bem na tua frente. E nunca titubeie em ser um tanto quente. Temperatura alta é boa a corpo e mente.
Não se lamente. Diga ao espelho que quer ser bem diferente. E vá à luta. Corra atrás. Não se apoquente... Tome as rédeas desse momento presente, e não coloque culpas suas noutra gente. Faça poesia, ria, dance, cante, invente. Não espere que o pra sempre venha de repente. Não queira a lua mascarada em sol poente. Vê que as respostas moram bem na tua frente. E nunca titubeie em ser um tanto quente. Temperatura alta é boa a corpo e mente.
Quem muito sente quase sempre é reticente
etiqueta(s):
carta,
querido diário
(...)
- Então você ta sozinha me esperando?
- Tipo isso...
(...)
- Então você ta sozinha me esperando?
- Tipo isso...
(...)
Mas aquela réplica não acabava ali. Devia ter continuado: "'tipo isso' não quer dizer "exatamente isso", ta bom?" Esqueci de mencionar algumas coisas que tem relevância (além da parte relevante que você já sabe: o esforço cada vez menos monstruoso que eu ainda faço pra virar minhas páginas, exatamente do jeito que todo mundo disse que ia acontecer, se eu desse tempo ao tempo). Me esqueci de falar de mini-sentimentos por alguém que você não conhece. Sentimentos tão mínimos que sequer me lembrei da existência deles, enquanto meu raciocínio se atordoava com a tua lábia mais uma vez... Mini sentimentos dedicados involuntariamente a alguém que sequer sabe da existência desses mini-sentimentos. A alguém que talvez, no fundo, seja só um plano B, uma rota de fuga pro meu ego caso aconteça o que você deixou claro que pode acontecer. Ah, e que eu sempre soube que podia acontecer, mesmo sem você deixar claro. Mas é justo que você fale sobre isso, mesmo que nós, agora, pairemos no espaço (ao menos, aparentemente) sem fim das expectativas que tem receio de se tornarem (mais) frustrações. Coração calejado corre até da sombra do amor.
Outra observação importante é: eu não to te esperando. Quem espera é protagonista submissa de filme antigo. Ta certo que você conhece meu lado mais fraco, mas fica alerta. Existem adagas e armaduras aqui dentro, e você não vai querer testar minha habilidade ao usá-las. Tenho uma facilidade inata pra me importar menos em machucar quem usa calças do que quem usa saias. Não se esqueça disso. E se for pra falar de filme antigo, sabe a Scarlett? Sou mais essa aí que qualquer Branca de Neve desenxabida. Só aquele diretor, mesmo, pra achar que eu presto pra Branca de Neve.
Tss. Esse blog ta virando diário, e meu diário ta colecionando teias de aranha. Mas dane-se. Meu coração quer falar, e a caneta ta mais longe que o teclado. Meu coração quer te falar muitas palavras, mas sabe que todas as palavras que são filhas da força se resumem numa sentença: não me subestime.
(Pelo amor de deus - se alguém leu esse post - ignore. Isso devia ter menos metáforas, mais nomes e estar escrito no meu diário. Mas eu to com uma preguiça sincera de ir até a cama, levantar o travesseiro e pegar o caderno. E já que escrevi, só me resta postar).
sábado, 9 de junho de 2012
À Amanda
À mando dos deuses,
Nasceu como a vês:
Exige do espelho
Resposta aos porquês
Não vê diferença
Entre o dia e a noite,
Entre o amor e a poesia,
Entre a sorte e o açoite
Requer dicionário,
Manual de instrução
E um pouco de sorte
Pra compreensão
Em cima do palco
É que desata os nós
Mais bem amarrados
Pelo seu algoz
Algoz, o espelho.
Qual outro, afinal?
Gêmeo obrigatório
Do bem e do mal
A mão dos poetas
Lhe inspira, talvez,
A ser a tal musa
Que inspira esses reis
Mas caso a mandam
A cabeça baixar,
Decerto, em seguida,
Um brado virá
E a que antes inspirou
Um poeta a escrever
Rouba-lhe tinta e pena
Pra sair a viver,
A criar suas linhas,
A fugir do pesar,
A querer ser rainha
Do poetizar
E o mundo, a mando
De sua mão - Será?
Se irmanará em arte
Se amandará
Nasceu como a vês:
Exige do espelho
Resposta aos porquês
Não vê diferença
Entre o dia e a noite,
Entre o amor e a poesia,
Entre a sorte e o açoite
Requer dicionário,
Manual de instrução
E um pouco de sorte
Pra compreensão
Em cima do palco
É que desata os nós
Mais bem amarrados
Pelo seu algoz
Algoz, o espelho.
Qual outro, afinal?
Gêmeo obrigatório
Do bem e do mal
A mão dos poetas
Lhe inspira, talvez,
A ser a tal musa
Que inspira esses reis
Mas caso a mandam
A cabeça baixar,
Decerto, em seguida,
Um brado virá
E a que antes inspirou
Um poeta a escrever
Rouba-lhe tinta e pena
Pra sair a viver,
A criar suas linhas,
A fugir do pesar,
A querer ser rainha
Do poetizar
E o mundo, a mando
De sua mão - Será?
Se irmanará em arte
Se amandará
quinta-feira, 7 de junho de 2012
O tempo
etiqueta(s):
composição,
favorito,
ilusão
Há em sua alma
O amor triste-feliz
Há na sua calma
Euforia por um triz
Mora nos seus olhos
Um pedacinho do céu
Moça vira as costas
E o rapaz tira o chapéu
Vem com a vontade
De tudo fazer canção
Vem da tempestade
Tantas lágrimas em vão
Vem de observar
Cada ser (humano ou não)
Vem, veio e virá
Sem motivo e com razão
É chegado o tempo, enfim
É chegado o tempo,
Pelo menos para mim
A poesia tá gritando
Pra sair do papel
E eu grito a poesia
Porque eu sou menestrel
Chegou o arlequim
Tirando a maquiagem
O medo que havia em mim
Morreu pela coragem
Cantando, o arlequim
Desafina a gravidade
E já que a mentira é ruim
Bons ventos trarão a verdade
Menina, há calma
Nos olhos do tempo
Menina, acalma
Os olhos no tempo
Menina, vem, com a vontade
De tudo fazer canção
A calma vem da tempestade,
Tantas lágrimas em vão...
Os olhos vem de observar
Cada ser (humano ou não)
O tempo vem, veio e virá
Sem motivo e com razão
O tempo vem com a vontade
De tudo fazer canção
Os olhos vem da tempestade,
Tantas lágrimas em vão...
A calma vem de observar
Cada ser (humano ou não)
Menina vem, veio e virá
Sem motivo com razão
(Um ps sussurrado, mas enérgico: Feliz aniversário, Thaís. Tudo de melhor pra você hoje e sempre, de todo o coração.)
terça-feira, 5 de junho de 2012
Om mani padme hum
etiqueta(s):
expectativa,
hai kai
Eu vou
Sem esperar que sim
Nem acreditar que não
Sem esperar que sim
Nem acreditar que não
domingo, 3 de junho de 2012
Lá vai fumaça
etiqueta(s):
conto,
passou,
querido diário
Ele imitava com a boca os primeiros acordes da música enquanto segurava tortamente o violão, brincando de saber tocar e cantar. "Não chore não, vou cantar pra você", e sorriu um sorriso lindo. Porque ela haveria de chorar? Aquela falta total de talento pra música não o impedia de cantar, e isso a fazia sorrir com a alma. Aquela presença total de talento para um beijo morno e firme a fazia sorrir com o corpo. Ela voltou pra casa pensando em como não era "a mais bonita, a joia perfeita", mas feliz por ter ouvido aquele tanto.
Com o tempo, de "anjo do céu" a menina virou "bonita", enquanto o menino previa, com bastante poesia, que aquilo ali teria um fim proximamente. Não era difícil de prever, afinal, a menina tinha "esse ar distante assim". Mas é claro que alguém que não tem medo de cantar mesmo sem saber cantar, não tem medo de se declarar mesmo sem saber reciprocidade. "Eu não acredito". Foi exatamente assim que ela respondeu àquele precoce "eu amo você". Não quis com isso dizer que não acreditava no amor dele por ela, e sim que não acreditava no amor por si só. Pode parecer cruel, mas sua resposta foi sincera, e não teve intenção de ser pedra. Mas o fato é que foi, mesmo, uma pedra que lançada na cara do menino, e ele não saberia responder de outra forma que não com poesia. E foi aí que a menina ouviu os versos que a atormentariam pelo resto da vida: "verdes sem esperança, que davam amor sem amar". Como podia alguém dar amor sem amar? Como podia alguém ser entregue sem se entregar? Como ela podia existir, como? Como, se a sua existência e a sua personalidade desafiavam as leis da lógica? Como podia aquela maldição em forma de poesia se encaixar tanto àquela situação? Como podia aquele dia ainda estar tão preso à memória daquela menina tanto tempo depois? Como podia a cabeça da menina ter mudado tanto? "O pior disso tudo", disse o menino, "é que você não fere ninguém de propósito. É natural. Talvez até seja essa a sua missão nesse mundo". Ela o fitou naquele momento. "Fazer os outros crescerem através da dor", completou. "Eu não quero ver você nunca mais", cuspiu palavras a menina. "Você não vai. Pode ter certeza", retrucaram os olhos tristes do menino. E, de fato, os dois nunca mais se viram.
Porque pensar nisso tanto tempo depois? Ah, a ida fase ultrarromântica daquela menina parecia ter voltado com tudo, fazendo passar um furacão na sua vida. Ela sentou em sua janela, como de costume, e olhou o céu, esperando o condor.
Com o tempo, de "anjo do céu" a menina virou "bonita", enquanto o menino previa, com bastante poesia, que aquilo ali teria um fim proximamente. Não era difícil de prever, afinal, a menina tinha "esse ar distante assim". Mas é claro que alguém que não tem medo de cantar mesmo sem saber cantar, não tem medo de se declarar mesmo sem saber reciprocidade. "Eu não acredito". Foi exatamente assim que ela respondeu àquele precoce "eu amo você". Não quis com isso dizer que não acreditava no amor dele por ela, e sim que não acreditava no amor por si só. Pode parecer cruel, mas sua resposta foi sincera, e não teve intenção de ser pedra. Mas o fato é que foi, mesmo, uma pedra que lançada na cara do menino, e ele não saberia responder de outra forma que não com poesia. E foi aí que a menina ouviu os versos que a atormentariam pelo resto da vida: "verdes sem esperança, que davam amor sem amar". Como podia alguém dar amor sem amar? Como podia alguém ser entregue sem se entregar? Como ela podia existir, como? Como, se a sua existência e a sua personalidade desafiavam as leis da lógica? Como podia aquela maldição em forma de poesia se encaixar tanto àquela situação? Como podia aquele dia ainda estar tão preso à memória daquela menina tanto tempo depois? Como podia a cabeça da menina ter mudado tanto? "O pior disso tudo", disse o menino, "é que você não fere ninguém de propósito. É natural. Talvez até seja essa a sua missão nesse mundo". Ela o fitou naquele momento. "Fazer os outros crescerem através da dor", completou. "Eu não quero ver você nunca mais", cuspiu palavras a menina. "Você não vai. Pode ter certeza", retrucaram os olhos tristes do menino. E, de fato, os dois nunca mais se viram.
Porque pensar nisso tanto tempo depois? Ah, a ida fase ultrarromântica daquela menina parecia ter voltado com tudo, fazendo passar um furacão na sua vida. Ela sentou em sua janela, como de costume, e olhou o céu, esperando o condor.
sábado, 2 de junho de 2012
Aliciamento
Dentro do olho de um furacão de nãos havia um outdoor piscando "SIM!" em letras garrafais. Havia fumaça de cigarro e Lenine tocando ao fundo. Haviam potes e mais potes de geleia, mil ideias de nail arts e muita admiração. Mas aquele sorriso, que boiava no céu em forma de lua, sabia que toda aquela promessa de felicidade não passava de promessa... Sabia que não passava de expectativa onírica.
Mestre gato não se deixa aliciar porque tem medo de amar de novo. Mestre gato tem medo porque não quer mais ver gente maluca (principalmente olhando pro espelho). Mestre gato não quer ofender, mas, mesmo sem saber onde quer chegar, nem todo caminho serve.
Mestre gato não se deixa aliciar porque tem medo de amar de novo. Mestre gato tem medo porque não quer mais ver gente maluca (principalmente olhando pro espelho). Mestre gato não quer ofender, mas, mesmo sem saber onde quer chegar, nem todo caminho serve.
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