segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Olhos de coruja

Teu nome não podia ser mais teu, Amada
dado o tanto que tu tens de encantador.
E tão tremendamente me ponho encantada
que escrevo uns versinhos em teu louvor

não pela roupa que, lolitamente,
encobria-te as mãozinhas de fada
nem pelos cachinhos angelicais
que invadiam tua fronte iluminada

tampouco pela voz que cantava
lagarto, pirilampo, vagalume, sapo-boi
que, embora para sempre em mim habite,
é melodia de um tempo que há muito já se foi.

o que em ti mais me encanta são teus olhos.
teus olhos, teus olhinhos de coruja!
Quiçá meu platonismo irrisório
se acanha e teu humor o sobrepuja

Mas não, Amada, não te amo
e não há uma Roxanne por aqui
o amor que eu te tinha era doce.
E, assim como teu olhar, eu vi partir.

Lembro-me bem: em tempos idos,
muito que teus lábios quis beijar
tivesse a Menina não aparecido,
o que nos aconteceria, sabe lá

mas o fato é que o tempo fez
as coisas acontecerem como é sabido
depois, o tempo foi-se de vez
e nos encontramos qual velhos desconhecidos

decerto emocionei-me: foi tão lindo!
deu-me nova vontade de teatrar.
ao ver-te ali, corujinha de olhos rindo,
dei-me conta do tempo que ainda há


Disponível para o que eu queira viver
cantar, compor, sorrir, chorar
seja num palco ou não, mas a me ver
mudando sempre e mais o foco do meu olhar

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